17/04/09

Amamentação

O leite materno é o melhor alimento para o seu bebé.
Pergunte a qualquer profissional de saúde e todos lhe responderão que a forma mais saudável de alimentar um bebé é a amamentação. Estudos demonstraram que a amamentação em exclusivo durante pelo menos três meses poderá evitar as gastroenterites nos bebés. Se amamentar durante pelo menos quatro meses, poderá reduzir o risco de o bebé contrair doenças respiratórias ou infecções dos ouvidos.
O leite materno é uma fonte de alimento completa, já que contém todos os nutrientes de que o bebé necessita – pelo menos 400 – incluindo hormonas e compostos de combate às doenças não incluídos no leite de substituição. Extraordinariamente, a sua composição nutricional até se adapta às necessidades do bebé à medida do seu crescimento e desenvolvimento. E ainda, para além dos benefícios do leite materno no que toca ao desenvolvimento do cérebro e ao combate às infecções – características que nenhuma fórmula pode imitar –, a amamentação pode ajudar a criar uma ligação especial entre a mãe e o bebé. Quando amamenta, o seu filho delicia-se com o contacto da pele com a pele, com os mimos e com o colo. E a mãe também.

Preparação da amamentação
Não é na verdade possível preparar os mamilos para a experiência da amamentação mas pode, e deve, preparar o seu estado de espírito. Será útil obter o máximo de informações sobre a amamentação antes do nascimento do bebé. Os pais também deverão informar-se ao máximo, para que possam dar o devido apoio e incentivo às companheiras.

A amamentação deverá ser o mais natural possível. Os elementos artificiais que usualmente são recomendados, na maioria dos casos, prejudicam o decurso natural da amamentação. Para ter uma ideia, as bombas utilizadas durante o engurgitamento podem desiquilibrar a produção de leite na sua adaptação oferta/procura; os mamilos de silicone estão associados a menor produção de leite e as chupetas e tetinas utilizadas precocemente estão na origem da “confusão de mamilos” (nipple confusion), uma confusão comum do bebé, por não saber distinguir a pega da chupeta e a pega no peito da mãe, sendo a pega correcta a base essencial para uma amamentação bem sucedida.



Prevenção do Ingurgitamento
Entre as 48 e as 72 horas após o parto, geralmente ocorre a descida do leite.
Seria importante as mães estarem atentas ao consumo de líquidos e dosearem a sua ingestão (beberem menos líquidos entre o início do 3º e o 4º/5º dias após o parto).

É essencial que, ao sentir a subida de leite proceda aos seguintes passos:
- colocação de sacos de água quente antes de cada mamada: utilize um saco de água quente ou algo similar (sacos de gel, garrafa com água quente) em períodos de meia hora, antes das mamadas, seguidos de massagens;
- massagem: a massagem deverá ser feita pondo um pouco de óleo de amêndoas doces ou manteiga de cacau na ponta dos dedos, em pequenos círculos à volta do seio. Seguidamente, com os dedos em forma de pente, penteie em direcção ao mamilo, em direcção descendente, com movimentos suaves, de forma a desbloquear os canais de leite e a desfazer eventuais nódulos. (uma posição inclinada favorece este tipo de massagem).


A Pega
Uma pega eficaz é essencial para uma amamentação bem sucedida.
A dor nos mamilos é um sinal de alerta de que a pega não está adequada, o que poderá causar desconforto à mãe e interferir na alimentação do bebé. Se a dor persistir, por favor contacte, logo que possível, um médico ou recorra ao SOS Amamentação (Esta orientação pode ser realizada com uma visita domiciliária).

Como ajudar o bebé a pegar na mama:
- Tocar os lábios do bebé com o mamilo;
- Direccionar o mamilo para o palato do bebé;
- Esperar até que a boca esteja bem aberta;
- Nessa altura trazer o bebé rapidamente à mama;
- O nariz e o queixo do bebé ficam junto à mama;
- A cabeça do bebé deve estar alinhada com o resto do corpo (para não ter a cabeça voltada para o lado para mamar)Vê-se pouca aréola por baixo;
- Puxar, com o dedo indicador, o queixo do bebé para baixo, fazendo com que a boca abra mais e o lábio inferior esteja virado para fora;
- Pode-se ver e ouvir a deglutição.





Ilustraçõesextraídas do livro Como Ajudar as Mães a Amamentar, de F.Savage King

Como segurar a mama:
- Primeiro, a mãe deve encontrar-se numa posição confortável.
- A mão deve estar em forma de C - com os quatro dedos contra a parede do tórax debaixo da mama;
- com o indicador a apoiar a mama por baixo;
- o polegar coloca-o acima da zona superior da aréola.Os dedos não devem estar próximos de mais do mamilo.

Posições para o aleitamento materno:Extraído do livro Breastfeeding Today, de Woessner, Lauwers, Bernard, 1991








Horário e duração das mamadas
Depende da indicação do pediatra.
Alguns pediatras indicam que o bebé deve mamar sempre que quiser, outros estabelecem regras: de 3 em 3 horas, de 4 em 4 horas, etc. Quanto mais vezes o bebé mamar, maior será a produção de leite;Como todos os bebés são diferentes, também a duração das mamadas pode diferir de bebé para bebé. A duração da mamada pode variar entre 10 e 30 minutos.Deverá alternar o peito em cada mamada. De uma vez a mama direita, na mamada seguinte a esquerda.


Não existem leites fracos
O leite no início da mamada pode ter um aspecto mais aguado, por ser mais rico em lactose e menos rico em gordura, mas ao longo da mamada o leite altera o seu aspecto, ficando mais espesso por ser mais rico em gordura. Tanto o leite do início da mamada como o leite do final da mamada são importantes para o bebé.



Sinais que nos podem dar a indicação de que o bebé está a receber leite suficiente
- O bebé mama várias vezes ao dia (o recém-nascido deve mamar 8 a 12 vezes por dia);
- Parece satisfeito após a mamada
- Parece saudável e atento;
- Urina várias vezes ao dia;
- A urina não tem um cheiro forte;
- Durante mais ou menos as 6 primeiras semanas de vida defeca entre 2 a 5 vezes por dia (depois das 6 semanas pode haver bebés que estejam alguns dias sem defecar, isto não constitui nenhum problema desde que o bebé esteja a ser exclusivamente amamentado);
- O bebé aumenta de peso

Durante a primeira semana de vida, o bebé perde cerca de 10% do seu peso inicial, entre a 2ª e a 3ª semana de vida o bebé recupera o peso com que nasceu.

Aumento médio peso por semana
até ao 3º ou 4º mês de vida --> 113 a 227 g/semana
entre o 4º e o 6º mês de vida --> 85 a 142 g/semana
entre o 6º e o 12º mês de vida -->42 a 85 g/semana


Leite artificial
Não é da nossa competência recomendar a utilização de leites artificiais, ou fornecer informação sobre os mesmos, essa compete exclusivamente aos pediatras, mediante avaliação da situação. Até à subida do leite, o colostro da mãe é suficiente e adequado para a alimentação do bebé, não necessitando este de ser suplementado com leite artificial.Se a mãe estiver confiante e for bem apoiada, pode amamentar em exclusividade até aos 6 meses. Só a partir dos 6 meses de vida do seu bebé é importante começar a introduzir outros alimentos. Enquanto a mãe amamentar (a OMS recomenda até o bebé atingir os 2 anos), o bebé não necessita de outro tipo de leite.

Roupa a usar
Utilize um fato de duas peças com uma blusa larga que possa ser levantada. Isto permite-lhe amamentar o bebé por baixo da blusa e evita ter de abrir os botões desde cima e tirar o peito para fora. Os topos de amamentação, concebidos com aberturas discretas e palas podem ajudar a aumentar a sua confiança.
Utilize um soutiã de amamentação com copas amovíveis que pode abrir com uma mão enquanto segura o bebé com a outra.
Tenha em conta a cor e o tecido da sua roupa. Uma cor clara é mais susceptível de mostrar o leite que escorre do peito ou os discos de amamentação, e uma blusa de seda ou cetim é mais susceptível de manchar ou ficar estragada com o leite. As blusas estampadas ocultam melhor as manchas.
Utilize uma mantinha ou uma fralda de pano para tapar o peito e o tronco enquanto amamenta o bebé, se quiser ficar mais coberta.

27/02/09

Mamã em forma

Depois do bebé nascer, todos os esforços são válidos para voltar à antiga forma. Se estiver a amamentar não parta para dietas radicais. Se, por um lado, ser mãe é o sonho da maior parte das mulheres, por outro, o que isso faz com o nosso corpo é o reverso sa medalha. A boa notícia é que é possível voltar à antiga forma se combinar uma dieta equilibrada, exercício físico e tratamentos de estética.
Veja as nossas 25 sugestões:

1. Amamente à vontade. Amamentar gera um grande gasto de energia, fazendo o corpo consumir gorduras e queimar calorias (até 600 por dia).

2. Depois do nascimento do bebé é importantíssimo deixar o corpo hidratado para a produção de leite e também para manter a forma. Beba, se possível, dois litros de líquido por dia, de preferência água ou chá sem açúcar. O chá verde, por exemplo, ajuda não só a hidratar o organismo como a varrer algumas gorduras e impurezas através da urina, mas deve evitá-lo se estiver a amamentar.

3. Evite alimentos ricos em açúcares como doces e guloseimas em geral, fritos, comidas de fast-food, molhos gordurosos e salgados. Eles são altamente calóricos, nada nutritivos e só ajudam a acumular excessos onde não deve.

4. As bebidas gaseificadas podem aumentar a formação de gases e causar distensão abdominal, deixando a barriga ainda mais saliente. Fuja deste tipo de líquido que também é rico em calorias vazias e açúcares. Dê preferência aos sumos naturais.

5. A gordura vegetal hidrogenada é um veneno para a saúde e para a forma. Elas geralmente estão presentes em algumas margarinas e produtos industrializados como molhos prontos para saladas, batatas fritsa, massa e pães folhados, chocolates e biscoitos recheados. Prefira sempre as gorduras derivadas de óleos vegetais como canola, girassol, milho, soja e azeite de oliveira.

6. É necessário extremo controle também com o consumo de gorduras saturadas. Elas aumentam o nível de colesterol (LDL) no sangue e, por tabela, engordam. Troque os alimentos de origem animal como leite integral, creme de leite, queijos amarelos e carnes gordas pela versão desnatada ou light, queijos brancos e carnes magras, peixes e aves. Todos, se possível, grelhados ou assados.

7. Faça, no mínimo, cinco refeições ao dia, com intervalo de três horas. Se você se alimentar em períodos curtos, nunca chegará à próxima com fome. Também modere na quantidade de comida e dê preferência aos alimentos de baixas calorias.

8. Adopte a gelatina diet como sua sobremesa favorita. Sabe porquê? Ela possui cerca de 90% de proteínas, que reconstrói as fibras de colágeno, deixando a pele mais firme, tem 0% de gordura, nenhum grama a mais de colesterol e é riquíssima em água.

9. Frequente um curso de recuperação pós-parto. Assim não se deixa levar pela preguiça, estará a desenvolver exercícios especializados com acompanhamento profissional e sempre aproveita para sair um pouco de casa.

10. Evite tomar cerveja. Embora seja diurética, a bebida é bem calórica (uma lata de 355 ml tem cerca 130 calorias) e responsável por acumular gordura justamente no abdômen. Outras opções alcoólicas também devem ser evitadas, principalmente as destiladas.

11. As actividades aeróbicas, isto é, que aumentam as batidas do coração para promover a queima de calorias, podem ser inseridas na rotina 15 dias após o parto. Porém, é preciso a alta médica. Comece com programas levíssimos, como a caminhada devagar, durante 30 minutos, e vá aumentando o ritmo. Faça no mínimo três vezes por semana.

12. Depois do segundo mês pós-gestação dá para apostar nos equipamentos que derretem gordura , cerca de 400 a 800 calorias, durante uma hora, como a bicicleta, passadeira, elípticos (transport) e cardiowave. Se não gosta de ginásios, vale a pena partir para os exercícios ao ar livre, como a caminhada moderada, corrida, bicicleta subir e descer escadas. Se tiver possibilidade, compre um aparelho para ter em casa (uma passadeira, uma elíptica ou uma becicleta). Encontra-as facilmente em lojas como a Sport Zone e a Decathlon e acredite que fazem milagres. Aproveite enquanto o bebé dorme e faça, no mínimo, três vezes por semana, durante 30 minutos.

13. Como a barriga é, sem dúvida, a parte do corpo que mais sofre com a gravidez, os abdominais são tiro e queda para ajudá-la a melhorar de forma gradual. Procure nas academias aulas que movimentem esta região. As feitas com a fit ball (bola gigante) são sempre uma boa, pois exigem que os músculos superficiais e os internos da região abdominal estejam contraídos o tempo todo. Os abdominais tradicionais também são muito bem-vindos e podem ser feitos em casa, começando com apenas 10 por dia.

14. Coma uma boa quantidade de frutas, legumes e verduras. Eles são excelentes fontes de vitaminas e fibras que auxiliam no bom funcionamento intestinal, saciam a fome e tem baixo valor calórico. São ainda ricos em água, auxiliando no processo de hidratação do organismo.
15. É comum que regiões como o abdómen, peito, costas e a lombar precisem ser enrijecidas depois de dar à luz. É necessário juntar os exercícios aeróbicos (para perder peso) com a musculação (para deixar tudo durinho). Faça-os três vezes por semana na academia (ou em casa) com caneleira ou pesos para tonificar todos os músculos. Vá aumentando progressivamente.

16. Modalidades como o pilates e a ioga são indicadas não só durante a gestação, pois auxiliam a exercitar a pélvis, facilitando a passagem do bebê, como também após o nascimento. Ambas fortalecem (e muito!) todos os músculos, principalmente da barriga, aumentam a força, a flexibilidade e beneficiam a postura. Sem contar que derretem cerca de 500 calorias e funcionam como uma terapia, deixando a mente relax.

17. A intradermoterapia é indicada só após a amamentação para acabar com a gordura localizada na barriga. Consiste na aplicação de um mix de substâncias para queimar o excesso de gordura injetcado através de agulhas finíssimas em toda a extensão do abdómen. São recomendadas de 5 a 10 sessões, com intervalo de 15 dias..

18. Um dos únicos procedimentos que pode ser feito, antes, durante e depois da gravidez é a drenagem linfática manual, massagem que estimula o sistema linfático a trabalhar mais rápido, para limpar toxinas do organismo e eliminar líquidos. É dos poucos tratamentos que pode ser feito se estiver a amamentar e acredite que irá perder centímetros em todas as sessões. Recomendam-se 10 sessões mas se puder fazer 20 será excelente.

19. Se não estiver a amamentar a endermologia é o ideal para si. Depois de vestir um fato especial irá ser "massajada" com o equipamento, que lhe fará sucção, ao mesmo tempo que puxará e empurrará a pele. Deverá fazer no mínimo 15 massagens.

20. Se não estiver a amamentar comece de imediato a usar um creme anti-celulítico e um redutor. Opte por um creme que alie estas duas características, como por exemplo Body Creator da Shiseido. Não seja preguiçosa e use duas vezes por dia.

21. Se estiver a amamentar também há um creme que a pode ajudar a expulsar os centímetros a mais. É o Mustela Restruturante Corporal Pós-Parto (20.95 €), compatível com a amamentação, concebido para restaurar a firmeza da epiderme, redefinir os contornos da silhueta e reencontrar bem-estar e vitalidade, um produto especialmente estudado para responder às necessidades da pele depois do parto.

22. Da mesma linha da mustela, também compatível com a amamentação e especialmente concebido para o período do pós-parto, existem as cápsulas Activadoras de Firmeza. Participa na restruturação da pele e reduz a acumulação de gorduras localizadas. Também favorece a drenagem.

23. Dance com o seu bebé. Os bebés adoram música e, além disso, a música ajuda a acalmá-los. E o seu corpo adora o movimento.

24. Frequente um curso de recuperação pós-parto. Assim não se deixa levar pela preguiça, estará a desenvolver exercícios especializados com acompanhamento profissional e sempre aproveita para sair um pouco de casa.

25. Retome a sua vida sexual assim que se sentir preparada. Faz bem ao casal e sempre ajuda a perder umas calorias!

26/02/09

Depressão pós-parto

É importante distinguir duas situações: a primeira designa-se baby blues e praticamente todas as recém-mamãs passam por ela. A segunda é a chamada depressão pós-parto.

Enquanto que a gravidez é vivida no quadro de um certo bem-estar psicológico, ao pós-parto associa-se, geralmente, uma diminuição do bem-estar da mulher. De facto, o período pós-parto é considerado um período de risco psicológico/mental na vida da mulher. Caracteriza-se por uma fase de instabilidade emocional, que afecta a grande maioria das mães, com sintomas que podem ser diversos.
Este quadro decorre do facto da mulher se ter que adaptar a um conjunto de mudanças que ocorrem a nível biológico, psicológico, conjugal e familiar, do qual pode resultar um desequilíbrio.As primeiras mudanças associadas à maternidade verificam-se a nível biológico. O corpo da mulher muda progressivamente, ao longo da gravidez, mas, abruptamente após o nascimento do bebé.

A nível hormonal, os valores de progesterona e estrogénio que foram aumentando de forma gradual ao longo da gravidez, decrescem de forma brusca depois do parto, para voltar a assumir em poucos dias os valores anteriores à gravidez. Além disso, verifica-se a ocorrência de um aumento acentuado de prolactina para que se estabeleça a lactação (O`Brien & Pitt, 1994; Wieck, 1996, citados por Figueiredo, 2001).Também a nível psicológico se operam grandes mudanças, sobretudo no que respeita à autonomia da mulher que passa a ter a seu cargo um bebé. Como consequência terá que integrar a sua identidade materna na sua identidade pessoal.A nível conjugal, também ocorrem mudanças nomeadamente no que concerne à assumpção do novo papel parental, o qual deverá conciliar-se com a vida do casal.
Não obstante, pode ainda sinalizar-se todo um conjunto de mudanças a nível familiar, dado que a presença do bebé irá interferir com o equilíbrio existente entre os diversos membros da família.
Decorrida a euforia do pós-parto imediato, as mulheres tendem a entrar num estado ligeiramente depressivo - choro fácil, mudanças bruscas de humor, sensação de incapacidade, decepção, medo, insegurança, insónia, ansiedade, fadiga, irritabilidade e hipersensibilidade. Este quadro é benigno, não precisa de tratamento e denomina-se de “baby blues”. Ocorre sobretudo em consequência das alterações hormonais.

Alguns autores vêem no blues pós-parto “uma resposta emocional adequada e importante para a sobrevivência da espécie, dado que facilita a aproximação da mãe ao bebé” (…) “O blues pós-parto – considerado um aumento da reactividade emocional aos estímulos – constituir-se-ia, deste modo, na expressão subjectiva da activação do sistema biológico que promove a ligação mãe-bebé após o parto”
Apesar de ser um fenómeno normal e adaptativo, requer das pessoas mais significativas da mulher (companheiro, familiares, amigos) muito carinho, compreensão, apoio e incentivo. Ser mãe é algo que se aprende a cada dia e, como tal, torna-se essencial estar rodeada de pessoas que encorajam e apoiam as suas intuições, as tentativas para ser mãe, os comportamentos adoptados.
O apoio e participação da família são, deste modo, fundamentais para que esse estado depressivo normal durante o puerpério (baby blues), não se transforme em algo mais sério. Se este estado depressivo se prolongar é fundamental procurar ajuda especializada.

Fonte: FIGUEIREDO, Bárbara - Perturbações psicopatológicas do puerpério in CANAVARRO, Maria cristina - Psicologia da gravidez e da maternidade. Editora Quarteto, 2001

A vida sexual do casal

A muitas mulheres custa-lhes reiniciar os contactos sexuais com o seu companheiro depois de terem dado à luz. O corpo e a mente encontram-se deslocados. A recente mãe, ainda convalescente do parto, enfrenta uma situação desconhecida, cheia de mudanças e de novas responsabilidades, que contribuem para diminuir o interesse pelo sexo. Trata-se de uma circunstância muito frequente e que se ultrapassa com facilidade, mas que se se prolongar pode afectar a relação do casal.

Quando se pode voltar a fazer amor?
As relações sexuais completas (com penetração) podem reiniciar-se entre quatro e seis semanas depois do parto, quer este tenha sido normal quer tenha sido de cesariana. Este período, chamado quarentena, é o tempo necessário para que o aparelho genital da mulher volte ao seu estado habitual. Começar antes desaconselha-se devido ao risco de lesões e infecções - além da dor - no útero e na vagina (é preciso esperar que se curem as feridas do parto). Além disso, se se efectuou uma episiotomia (incisão no períneo), é possível danificar a cicatriz (poderia abrir-se). Passado esse tempo mínimo, os profissionais recomendam que, salvo impedimento físico, o casal volte a fazer amor o mais depressa possível para intensificar a relação afectiva. Nem a ausência de menstruação nem o aleitamento impedem uma nova gravidez, por isso é preciso tomar precauções desde o início.

E se não me apetecer?
A falta de desejo é frequente nas mulheres que acabam de dar à luz. Segundo os especialistas, deve-se ao choque hormonal, físico e psicológico que existe depois da gestação e do parto. A chegada do bebé altera os hábitos e o modo de vida do casal, especialmente na mulher. Um recém-nascido exige toda a atenção da mãe que, como se não fosse pouco, acaba de passar por uma prova física muito dura. Não é de estranhar que esteja cansada, que não se sinta bem e trate de adiar o contacto sexual com o seu companheiro.

É normal sentir dor?
Muitas mulheres temem fazer amor com medo de que a penetração seja dolorosa. Este medo é mais frequente em mulheres que sofreram episiotomia ou que tiveram um parto traumático (por exemplo, com fórceps). É normal que ao princípio, mas só ao princípio se sintam dores que desaparecem em pouco tempo. Se persistirem, é melhor consultar o ginecologista para que averigue a causa (os pontos da episiotomia podem ter-se solto ou infectado).Outro fato que pode dificultar as relações e torná-las mais dolorosas é a secura vaginal. O estado da vagina é o reflexo da situação hormonal, e enquanto os ovários não recuperarem o seu funcionamento correcto (aos 30 ou 40 dias), é normal a falta de lubrificação. Se a mulher estiver a amamentar, esta circunstância pode prolongar-se até ao desmame. O uso de um produto lubrificante (à venda nas farmácias) pode combater este problema temporário.

Porque mudaram as sensações?
Ao reiniciar as relações sexuais, a mulher pode perceber que as sensações durante o coito não são as mesmas que antes. Isto deve-se ao fato das paredes da vagina estarem um pouco mais distendidas. Não podemos esquecer que, durante o parto, por esse corredor tão estreito passou a cabeça do bebê, que normalmente mede nove centímetros de diâmetro. No entanto, o tecido vaginal é muito elástico e recupera o seu tónus rapidamente, voltando a ser como antigamente (ou quase).

Factores psicológicos
São numerosos os motivos pelos quais uma mulher pode recusar o contacto sexual depois do parto sem que exista uma causa de tipo físico. Às vezes, o ser mãe pode fazer-lhe esquecer que também é mulher. O bebé converte-se no centro do seu universo e tudo a sua volta, incluindo o seu companheiro, desaparece. O bebé, que até há pouco tempo não fazia parte das suas vidas, é agora uma presença constante que precisa de atenções e cuidados da sua mãe (ainda mais se o amamenta). Assim, muitos casais não encontram momentos para estar a sós e perdem a intimidade necessária para reiniciar a sua vida sexual. A enorme responsabilidade que é criar um filho, as dúvidas e inexperiência também preocupam muitos pais e produz-lhes um cansaço psicológico que, juntamente com o esgotamento físico, extingue o desejo. Também o medo a uma nova gravidez costuma ser uma razão frequente para não querer fazer amor.

Não me sinto atraente
É normal que a recente mãe se encontre um pouco desgostosa com o seu corpo. As marcas da gravidez e do parto são por vezes muito evidentes (quilos a mais, estrias na barriga ou peitos inchados) e podem demorar algum tempo a desaparecer. Isso pode fazer com que a mulher evite as relações sexuais (não quer que o seu companheiro a veja despida). Esta situação, quase sempre passageira, pode-se superar falando com o companheiro. Frequentemente, a mãe descobre que os seus temores são infundados (ele continua a vê-la atraente como antes). Além disso, é preciso que o pai tome consciência de que o seu apoio é agora mais necessário que nunca, e que a colaboração mútua nos cuidados com o novo filho ajuda a fortalecer os laços familiares. O resto, com algumas doses de ternura e paciência ir-se-á solucionando.

A ele não lhe apetece
Embora seja menos frequente, às vezes é o homem quem não deseja fazer amor. Pode suceder que tenha ciúmes (segundo o seu ponto de vista) da excessiva atenção que ela dedica ao bebé e se sinta relegado no seu papel de marido e companheiro. Também pode acontecer que, depois do parto, deixe de olhar para a mulher como tal e a veja só como mãe (sem conotação erótica). Costuma ser passageiro. O casal deve falar sobre isso e procurar soluções. Se isto não for possível, convém recorrer a um profissional.

Recuperação pós-parto

Os primeiros dias com o bebé são caóticos para as novas mães. Um recém-nascido dá uma volta tão grande numa casa que até os horários se alteram. Não imagina as vezes que irá tomar o pequeno-almoço à hora de almoço, só conseguir tirar o roupão a meio da tarde e jantar depois da meia-noite. Pode parecer um exagero, mas é assim. As semanas a seguir ao parto voam dando o peito ao bebé, retirando e colocando fraldas, dando-lhe banho e consolando-o. O choro do bebé aparece a qualquer momento e a mãe correrá para o acalmar. As noites são passadas mais em pé do que deitada. O cansaço acumula-se.

Além disso, durante estes dias podem surgir alguns sintomas de mal-estar: o peito aumenta de tamanho e pesa muito mais; dói a coluna, em especial a zona lombar; o ventre também pode doer; e no períneo, no útero ou na barriga ficaram feridas para cicatrizar.
O organismo feminino necessita de pelo menos umas seis semanas para se recuperar do parto ou da cesariana e recuperar a energia.Regra geral, passadas umas três semanas, terão cessado as hemorragias vaginais. E passados 10 ou 12 dias a maioria das feridas do períneo, do colo do útero ou da vagina terão cicatrizado. Ainda que não exista uma norma, se são muito grandes ou profundas, demorarão um pouco mais.Passadas oito semanas, o metabolismo terá concluído a transição de um estado de gravidez normal. Isto pressupõe que terão diminuído as hormonas da gestação, sobretudo os estrogenos (no seu lugar o organismo está segregando prolactina, uma hormona que intervém na produção do leite).
Tambem terão desaparecido do sangue materno as hormonas da felicidade e anti-stress (endorfinas), substâncias que ajudaram a suportar os tremendos esforços do parto e muitas vezes durante muitas horas.Mas estas alterações hormonais têm estado a produzir uma grande revolução psíquica e são culpadas dos terríveis altos e baixos emocionais que a mãe sente neste período.

Além do apoio do companheiro, uma das coisas que mais a podem ajudar é ocupar-se da sua imagem estética. Os primeiros exercícios físicos devem fazer-se no hospital ou na clínica. No curso de preparação para o parto, certamente terão aconselhado a realizar movimentos rotativos com os pés e com os braços (melhoram a circulação sanguínea) e uma série de exercícios específicos para reabilitar o períneo, em casa, podemos e devemos ocupar-nos do flácido abdómen, e de cuidar da nossa coluna. O tempo que dedicamos a fazer exercício vai-nos distrair e ajudar a que nos sintamos bem com esse desconhecido que é agora o nosso corpo.
Mas não se preocupe. Com o tempo tudo vai ao lugar. Afinal, demoramos 9 meses até chegarmos ao final da gravidez. Agora não podemos esperar voltar ao normal em apenas 9 dias ou 9 semanas.

Uma grande ajuda são os cursos de recuperação pós-parto. Além de a ajudarem fisicamente, poderá sair de casa, apanhar ar e conviver com outras pessoas que estão a passar exactamente pelo mesmo.

25/02/09

O parto

Durante 9 meses, a criança não-nascida tem vindo a desenvolver-se dentro do útero. Agora, o feto está preparado para sair. Os nascimentos dos seres humanos ocorrem, normalmente, ao 270º dia depois da concepção, perto do fim dos 9 meses completos.
Um pouco antes do nascimento (normalmente, em poucas semanas para os primeiros partos mas, às vezes, só algumas horas para gravidezes tardias), o feto geralmente roda para a posição com cabeça para baixo. Este movimento é referido como sendo um alívio porque liberta a pressão no abdómen da mãe.
Para as mulheres que dão à luz pela primeira vez, o trabalho de parto normalmente demora entre 12 a 24 horas,numa média de 14 horas. No entanto, para as mulheres que já deram à luz antes, o trabalho de parto geralmente é de uma média de apenas 6 horas.

Primeira fase

Quais são os primeiros sinais do trabalho de parto?
O trabalho de parto é dividido, geralmente, em três fases que, normalmente, se sobrepõem umas às outras. Durante a primeira fase, que dura, em média, cerca de 13 horas para uma mulher que vá ter o seu primeiro filho, começam as contracções uterinas. Foi descoberto que os níveis de uma certa enzima fazem aumentá-los, de modo impressionante, assim que o trabalho de parto começa. Esta enzima “mastiga” o colagénio que suporta a membrana fetal, o que por sua vez, provoca a ruptura do saco amniótico (comummente referido como a altura em que “as águas” da mulher “rebentam”). As contracções que se seguem associadas com a ruptura são, normalmente, espaçadas de 10 a 20 minutos entre elas. Inicialmente as contracções são suaves mas, têm tendência a tornar-se mais fortes e, às vezes, incómodas.

Quando é que a mãe deve ir para o hospital?
Algumas mães preferem não usar as instalações hospitalares e, em vez disso, dar à luz em casa, normalmente, com a presença de uma parteira ou de um médico para ajudarem no parto. Contudo, 10 a 15% dos partos requerem ajuda especial. Por esta razão, a menos que os todos os serviços possam estar disponíveis em casa, os médicos recomendam, geralmente, às mães que estejam no hospital ou noutro serviço qualificado para o efeito nas horas que se seguem ao começo do trabalho de parto.

Segunda fase
A segunda fase do trabalho de parto dura, normalmente, cerca de 90 minutos. Durante esta fase, o cérvix abre o suficiente para o bébé começar a mexer-se para baixo em direcção ao canal vaginal (canal do parto). Nesta altura, se a mãe foi bem preparada, ela pode usar os seus músculos abdominais para ajudar a empurrar o bébé para fora. Esta segunda fase do trabalho de parto pode ser muitas vezes abreviada consideravelmente, fazendo com que a mãe dê à luz na posição vertical, por exemplo, usando uma cama ou quarto especialmente desenhado para incluir uma barra para nascimentos. Quando a mãe está em pé, a gravidade ajuda o bébé a mover-se para baixo em direcção ao canal vaginal. Embora a segunda fase do trabalho de parto, normalmente, leve cerca de 90 minutos, a média de tempo numa posição vertical é de apenas 30 minutos. No final da segunda fase do trabalho de parto, o bebé já nasceu.

Nascimento
Durante o nascimento, o feto humano é forçado através do canal vaginal sobre extrema pressão e é intermitentemente privado de oxigénio. Durante este tempo, o bébé segrega as hormonas adrenalina e noradrenalina, colectivamente classificadas como catecolaminas, a níveis que são mais altos que em qualquer outra altura ao longo da sua vida. A adrenalina ajuda a abrir os pulmões, a secar os brônquios e a alcançar a mudança de um ambiente líquido para um de ar. A noradrenalina, que é especialmente predominante, diminui os batimentos cardíacos, permitindo ao feto que aguente a privação relativamente prolongada de oxigénio. Os bébés que nascem de cesariana, de que falaremos brevemente, são trazidos para fora da mãe cirurgicamente e não passam pelo canal normal de parto (canal vaginal). Curiosamente, estes bébés muitas vezes têm problemas respiratórios. Uma razão para esses problemas pode ser porque o bébé não beneficiou do stress (stresse) habitual do nascimento!

Todos os bébés nascem saindo primeiro com a cabeça?
Cerca de 97% dos bébés nascem saindo primeiro a sua cabeça. O esqueleto do feto é suave e flexível, o que ajuda a cabeça a passar pelo canal vaginal. No entanto, 2,4% dos bébés nascem primeiro pelos pés; isto é chamado de nascimento falhado (breech birth). Durante um nascimento falhado, deve-se tomar um grande cuidado para evitar danos à cabeça do bébé, que é a parte do corpo do bébé mais difícil de passar através do canal vaginal. Uma ocorrência ainda mais rara é a apresentação do ombro, em primeiro lugar. Isto ocorre num (1) nascimento em 200. A apresentação do ombro é extremamente perigosa porque o bébé deve ser forçado pelos assistentes à posição de nascimento falhado. Esta posição pode romper o útero, o que pode causar a morte do bébé e grave hemorragia na mãe.
Outro problema grave que pode ocorrer durante o nascimento é a anóxia. A anóxia pode ocorrer se a placenta se desprende prematuramente, se o cordão umbilical está apertado ou estrangulado, se a cabeça do bébé é ferida ao ponto de ter uma hemorragia, ou se a mãe foi também fortemente sedada durante o trabalho de parto. Se há algum problema durante o parto, o bébé pode ser removido do útero por corte de cesariana. Aproximadamente, 23% de todos os partos nos Estados Unidos são feitos por cortes de cesariana. Neste procedimento, o abdómen da mãe é aberto cirurgicamente e o bébé é removido sem passar pelo canal vaginal. A incisão cirúrgica é então fechada, como seria também depois de qualquer outro procedimento cirúrgico.
Sempre que possível, os obstetras fazem incisões cirúrgicas especiais no útero para que uma mulher que tenha tido uma operação de cesariana possa mais tarde ter um parto vaginal. Com a velha técnica de cesariana (quando era feita uma incisão vertical), uma vez que a incisão era feita e a parede uterina enfraquecida, a cesariana era necessária também para futuros partos. Saliente-se, no entanto, que as mulheres que dão à luz vaginalmente pela primeira vez, devem esperar que o trabalho de parto dure tanto como um primeiro trabalho de parto normal, não importando quantos bébés possam ter tido antes por cesariana. De mais a mais, alguns obstetras recomendaram que as cesarianas não devem ser feitas rotineiramente se começar o nascimento falhado ou se começarem os problemas no trabalho de parto. Eles argumentam que os ascimentos falhados para bébés de pouco peso, especialmente se o obstetra é qualificado, não apresentam dificuldades e que o trabalho de parto anormal por si só não é causa suficiente para uma cesariana. No entanto, quando é necessária, a cesariana pode ser um salva-vidas para ambos (o bébé e a mãe).

Terceira fase
A seguir à saída do bebé, ocorre a terceira fase do trabalho de parto, durante a qual a placenta é expelida. A placenta e outros materiais expelidos são chamados de elementos depois do nascimento (the afterbirth).


Fonte: “CHAPTER 3 CONCEPTION, PRENATAL DEVELOPMENT, AND BIRTH” (“CAPÍTULO 3 CONCEPÇÃO, DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL E NASCIMENTO”), Introduction to child development (Introdução ao Desenvolvimento da Criança/Bebé), 6ª edição, John Dworetzky, West Publishing Company, San Francisco, CA, 1996.

Lista de compras

À medida que a gravidez avança vai percebendo que receber em casa um novo bebé implica uma longa lista de compras. E vai ter medo de se esquecer de alguma coisa. Não se preocupe, nós ajudamos!

Para a mamã:
- soutiens de amamentação (2 a 3)
- camisas de abertura à frente
- camisas de noite de abertura à frente
- discos de amamentação
- pensos higiénicos super absorventes
- cuecas brancas
- creme para os mamilos
- discos de limpeza dos mamilos
- bomba de tirar leite (opção)


Para o bebé:
- banheira / muda fraldas
- mantas de lã ou algodão
- alcofa / berço
- fraldas descartáveis
- fraldas de pano
- biberões
- chupetas
- aero-om
- shampoo
- gel de banho
- creme para o corpo
- halibut
- toalha de banho
- roupa interior
- roupa exterior
- gorro
- ovo para o carro
- carrinho de passeio
- álcool a 70 graus
- cotonetes
- termómetro digital
- bebe gel
- rolos para colocar no berço
- narinel
- soro fisiológico

Moda na gravidez

Quando estamos grávidas sentimos sempre que não temos nada para vestir. E às vezes é verdade. No entanto bastam alguns básicos para andar sempre fantástica durante toda a gravidez.

No Verão
Certifique-se que tem vestidos largos, soltos, frescos e esvoaçantes que lhe permitam andar à vontade.
As calças para grávidas também são uma boa opção, principalmente as de algodão ou linho, porque são mais confortáveis e frescas. Combine-as com túnicas largas e, para acentuar o look, coloque cintos largos, ou faixas por baixo da barriga.
Esqueça os saltos altos e opte por sandálias frescas e confortáveis.


No Inverno
As calças para grávida são indispensáveis.
As de ganga são sempre importantes, até porque combinam com qualquer peça.
Opte também por alguns vestidos de malha: são confortáveis e moldam-se perfeitamente ao seu novo corpo.
Escolha casacos que apertem com um único botão em cima ou então casacos de malha que se possam fechar com um cinto.
As botas de cano alto mas de salto raso ajudam a completar o look e combinam quer com os vestidos quer com as calças.

Dormir bem na gravidez

Durante o tempo de gestação, as grávidas costumam ter dificuldades em dormir. Veja como pode contrariar essa tendência.

Bebidas
Corte na cafeína.
Reduza o consumo de cafeína, ingerindo menos café, menos chá preto ou verde, alguns refrigerantes e comendo menos chocolates.
Deve mesmo evitar bebidas com cafeína durante a tarde e a noite.

Beba chá de camomila
Este chá pode acalmar e ainda ajudá-la a sentir-se melhor no caso de sofrer de indigestão, flatulência, espasmos gastrointestinais ou inflamações do trato gastrointestinal.

Beba leite morno ao deitar
Alguns estudos revelam que o leite contém um aminoácido que torna as pálpebras pesadas aumentando o nível de serotina no cérebro.

Beba menos água a partir do final da tarde
Apesar de a grávida dever beber muitos líquidos, é desejável que o faça em menor quantidade a partir do final da tarde, de forma a reduzir o número de idas à casa de banho durante a noite.


Comidas
Faça um pequeno lanche antes de se deitar. Há especialistas que defendem que alimentos como o pão e as massas podem promover o sono.


Técnicas de Relaxamento
Existem algumas técnicas de relaxamento que contribuem para um maior relaxamento da mente e do corpo, e que a podem ajudar a adormecer.
Fazer ioga ou alongamentos são boas técnicas que a grávida pode utilizar para descontrair.
As massagens também são uma boa opção, mas há que escolher um massagista com experiência em massagens para grávidas. Se preferir, pode pedir ao seu companheiro que lhe faça uma pequena massagem nos pés ou no pescoço antes de se deitar e verá que também isto pode resultar.

Respire fundo.
Respirar fundo baixa a pressão arterial e relaxa a musculatura, o que pode fazer com que durma melhor. Deite-se de costas com as pernas afastadas a toda a extensão dos ombros ou, se achar esta posição desconfortável, durma de lado com uma almofada entre as pernas. Feche a boca, inspire profunda e lentamente pelo nariz de forma a sentir os pulmões cheios. Retenha o ar, conte até quatro e expire, de novo, pelo nariz. Repita várias vezes.

Pratique exercício físico durante a gravidez
A prática de exercício é benéfica para o bem estar físico e mental da grávida, uma vez que a deixa mais cansada, o que a ajudará a dormir melhor. Porém não deve praticar exercício físico perto da hora de se deitar, mas sim, pelo menos, até três a quatro horas antes.


Posição
Durma sobre o lado esquerdo. Esta posição não só incrementa o fluxo do sangue e dos nutrientes para o útero e para o bebé, como é favorável ao trabalho dos rins. Para um maior conforto, a grávida pode colocar uma almofada entre as pernas, na zona dos joelhos, o que ajuda a suportar a parte inferior das costas.

Beleza na gravidez

Estrias
Temidas pela maioria das grávidas, as estrias cutâneas representam um problema estético muito frequente, uma vez que se calcula que aparecem em cerca de 75% dos casos. São mais frequentes na primeira gravidez. Podem começar cerca do sexto mês, e aparecem principalmente na barriga e nos seios. As estrias são uma resposta ao estiramento cutâneo. O que acontece é que as fibras elásticas e de colagénio que sustêm e dão resistência à pele se rompem e depois forma-se uma espécie de cicatriz. Além do crescimento rápido da barriga e dos seios, sabe-se que as hormonios que se multiplicam na gravidez influenciam o seu aparecimento.
As estrias são lesões longas, como barras ou com a forma de fuso, de meio até vários centímetros de comprimento. Surgem várias ao mesmo tempo, geralmente são simétricas e seguem as linhas de distensão. Ao princípio aparecem um pouco salientes, de cor vermelha ou violeta. Posteriormente, a pele nota-se mais delgada, flácida, lisa e brilhante, de cor branca.
Cuidar da pele é fundamental, pois se a pela estiver seca, as fibras que se encontram na epiderme rompem-se com maior facilidade, ocasionando esses desagradáveis sulcos na superfície.

Assim, é importante:
- Aplicar regularmente um creme nutritivo, emoliente e hidratante com vitamina A, como óleo de amêndoas doces, e outros compostos especiais para melhorar a resistência cutânea.
- Vestir roupa interior que, sem apertar, apoie a barriga e o peito, para aliviar a tensão.
- Beber muita água, uma vez que ajuda a hidratar a pele
- Controlar o aumento de peso uma vez que o excesso de peso provoca uma maior distensão dos tecidos.

Se, apesar dos cuidados, as estrias aparecem, depois do parto, o dermatologista poderá recomendar um tratamento efectivo para atenuá-las, mediante um composto chamado ácido retinóico. Mas este tratamento não pode ser utilizado durante a gravidez, porque existe a possibilidade de que a absorção do produto através da pele prejudique o bebé.


Celulite
Odiada por todas as mulheres, esta pode aparecer na altura da gravidez.
Uma vez que estando grávida não pode usar cremes anti-celulíticos, opte por hidratar bastante a pele, beber muita água e, se puder, fazer pequenas caminhadas.


Pele
A pele do rosto pode alterar-se significativamente durante a gravidez. Assim, é importante cuidar dela, mantendo-a limpa e hidratada.
Lembre-se que nesta altura a maior parte dos médicos não aconselha o uso de cremes anti-rugas uma vez que contém substâncias que podem ser prejudiciais para o bebé. Assim, opte por um bom creme hidratante e use-o de manhã e à noite.
Uma vez por semana use um exfoliante natural (que poderá fazer com açúcar e óleo de amêndoas doces).


Cabelo
O cabelo também se pode ressentir durante a gravidez.
É importante que use um bom creme hidratante ou mesmo uma máscara com alguma regularidade.
Depois do parto é normal o cabelo ficar mais fraco e cair mais do que habitualmente. Por isso talvez seja boa ideia dar um bom corte algumas semanas antes do dia D.

Boa forma

Quando engravidamos somos de imediato colocadas perante um dilema: por um lado queremos manter a boa-forma física num período onde sabemos que vamos obrigatoriamente ganhar alguns quilos, por outro temos medo que qualquer actividade possa prejudicar o nosso bebé.
Assim, toda esta questão se resume ao bom senso e à moderação.

Se a grávida já praticava exercício físico regularmente antes da gravidez poderá continuar. Já uma grávida que só se lembra de começar a uma actividade física depois de estar grávida deverá ter muito mais cuidado.

O que acontece no meu corpo?
A gravidez provoca na mulher várias alterações fisiológicas e psicológicas. A modificação corporal básica que ocorra na gravidez é o aumento uterino. Até, por volta da 10ª semana, o útero ainda está restrito à cavidade pélvica, mas a partir daí, seu aumento se evidencia sobre a parede abdominal. Durante a gravidez ocorre a expansão torácica, pelo relaxamento dos ligamentos intercostais e ascensão do diafragma pelo crescimento uterino, que resulta no aumento da capacidade inspiratória, no decorrer da gravidez, em até cerca de 300 ml. Modificações no nível de ventilação por minuto estão relacionadas a um aumento do volume corrente e da frequência respiratória.
Nos últimos meses de gravidez, as mulheres tendem a projectar os ombros para a frente, arqueando mais que o normal a curva das costas, para encontrar um equilíbrio postural. Podem aparecer, assim, dores nas costas, pelo excessivo esforço das fáscias musculares, sendo, portanto, um factor negativo ficar por longo tempo em pé em posição fixa, ou carregar pesos.
As articulações dos joelhos e dos tornozelos tornam-se menos estáveis e as da coluna vertebral e do quadril alcançam uma mobilidade que, apesar de modesta, expõe a musculatura dessas regiões a maior tensão.

Que exercícios fazer?
Os exercícios para a gestante deveriam incluir a combinação de actividades aeróbias envolvendo grandes grupos musculares e actividades que desenvolvessem a força de determinados músculos. Normalmente, acredita-se que uma musculatura abdominal forte possa ajudar no processo de expulsão da criança. A força muscular dos membros superiores é também muito importante para carregar o bebé depois do nascimento.
Nas prescrições iniciais de exercício aeróbio deveriam ser incluídas, no mínimo, três sessões semanais, com dias intercalados de exercício, cada uma com duração de 30 a 45 minutos. A intensidade de exercícios empregadas deve manter uma média estável da frequência cardíaca numa faixa de 130 a 150 batimentos por minuto. Actividades onde existam contato físico e chances de queda são desaconselhados.

Hidroginástica, caminhada e ioga são as actividades mais recomendadas.
Uma ajuda no parto
A actividade física ao longo da gravidez pode ser uma ajuda preciosa no parto uma vez que:
- melhora na circulação sanguínea;
- ampliação do equilíbrio muscular;
- redução do inchaço;
- alivio nos desconfortos intestinais;
- diminuição de caimbras nas pernas;
- fortalecimento da musculatura abdominal;
- facilidade na recuperação pós-parto.

A alimentação na gravidez

A questão da alimentação é uma das nossas principais preocupações quando sabemos que estamos grávidas. E uma preocupação que dura 9 meses.
É importante seguir uma boa alimentação, não só pelo bem da mãe mas também pelo bem do bebé.
Mas o que é uma “boa alimentação”?

Como comer?
O primeiro ponto a reter é que é importante comer de três em três horas. E lembre-se que é errado comer por dois. As calorias adicionais não devem ultrapassar os 10% do que a grávida já consumia. Assim, uma mulher que ingeria cerca de 2000 calorias por dia antes da gravidez pode aumentar o seu consumo diário em 200 calorias, o equivalente a uma salada de frutas com iogurte ou a duas fatias de pão integral. Não se esqueça que o ideal é engordar até 12 kilos na gestação.

Três situações poderão acontecer durante a gravidez quanto ao fornecimento de calorias:
Quantidade insuficiente:
Se o aporte de calorias fornecido é insuficiente, o seu organismo iniciará a utilização das reservas energéticas e você emagrece. Ao seu bebé pode acontecer o mesmo, o que é crítico a partir do 7º mês atendendo ao crescimento das suas necessidades energéticas. Um déficit calórico significativo (aporte inferior a 1500 Kcal) traduzir-se-á numa diminuição franca do peso do recém-nascido.

Quantidade razoável:
Neste caso as calorias são utilizadas na satisfação das necessidades diárias da mãe e do bebé e o pequeno excedente será armazenado.

Quantidade exagerada:
O excesso de calorias é armazenado sob a forma de gorduras o que se traduz em aumentos de peso da mãe e do bebé.


O que comer?
Deve adicionar à sua dieta alimentos saudáveis que vão contribuir para a boa formação do feto como o leite, as carnes magras, as frutas e os vegetais.
O consumo de peixes ricos em ómega 3 - como o salmão, o atum e a sardinha - podem ajudar no desenvolvimento cerebral do bebé. Comer maçã protege os pequeninos da asma na infância e os alimentos ricos em ácido fólico, como a couve e o espinafre, diminuem o risco de má formação fetal.

Proteínas:
Construir, manter e renovar os tecidos da mãe e do bebé exige uma fantástica acumulação de proteínas. As necessidades vão aumentando durante a gravidez e, no 3º trimestre, a grávida deve assegurar um aporte de cerca de 70g/dia. A elaboração dos tecidos do bebé, aumento do volume do útero, aumento da massa sanguínea, aleitamento, etc. explicam este aumento das necessidades. A deficiência proteica compromete o crescimento fetal, sobretudo se ocorre no último trimestre.

Hidratos de Carbono
De valor calórico análogo ao das proteínas, estes são os fornecedores de energia. Essenciais ao crescimento do bebé, deverão constituir 300 – 350 g/dia, o que corresponde a 1200 – 1400 Kcal. Privilegie os açúcares lentos em detrimento dos rápidos uma vez que aqueles se degradam lentamente e proporcionam um fornecimento contínuo de energia. Os açúcares rápidos fornecem energia de um modo rápido e momentâneo, provocam picos de insulina e carências nos intervalos das refeições.Se consumir estes nutrientes em demasia estará a candidatar-se a ser uma grávida obesa e a submeter ao mesmo o seu bebé, uma vez que os excessos se transformam em gordura.Alguns glícidos complexos, de origem vegetal, desempenham um papel particular – são as fibras. Estas diminuem o tempo de trânsito intestinal e esvaziamento gástrico. A quantidade a fornecer na gravidez depende também da sua tolerância. Excesso de fibras poderá desencadear alterações intestinais (diarreias, gases, dilatações intestinais). 20 – 30 g será o intervalo de valores considerado aceitável. Ricos em fibras são, por ex., pão completo ou de farelo, flocos de cereais, tomates, frutos, arroz integral, favas, ervilha, lentilhas, feijões secos e legumes verdes.

Lípidos
São muito importantes durante a gravidez. As gorduras proporcionam o aporte de vitaminas lipossolúveis e contêm ácidos gordos essenciais, cruciais para a formação e funcionamento do sistema nervoso central do feto. Ocorre durante a gravidez um aumento normal dos lípidos (colesterol, triglicéridos) circulantes no sangue, reflexo das necessidades energéticas crescentes maternas e fetais, que evoluem ao longo da gravidez.

Cálcio
O fornecimento diário de cálcio deverá assegurar as necessidades da mãe e do bebé. Se estas não forem asseguradas será necessário, para a formação do esqueleto do bebé, que seja retirado cálcio dos ossos da mãe, onde este está reservado. As necessidades serão portanto maiores – da ordem dos 1200 mg/dia. Se o cálcio faltar ao bebé, este apresentará insuficiências no desenvolvimento ósseo ou muscular.Se o cálcio faltar à mãe, esta exibirá cáries dentárias, cãibras, unhas quebradiças. Depois do parto, este mineral é necessário para que a mãe produza leite.O excesso de cálcio poderá causar problemas, como a ossificação prematura da cabeça do feto, pelo que não deverão ser tomados comprimidos de cálcio, principalmente sem conhecimento médico.O cálcio encontra-se no leite e derivados. A vitamina D, que além de estar no leite enriquecido, está na manteiga, ovos e fígado, permite a sua fixação.

Ferro
Mineral essencial a uma gravidez bem sucedida, nomeadamente para a produção de hemoglobina (que é responsável pelo transporte de oxigénio).Na situação de carência de ferro, o desenvolvimento da gravidez e a saúde da mãe poderão estar perturbadas e sob ameaça de abortos espontâneos, prematuridade, diminuição do peso do feto, mortalidade fetal ou neonatal.Na mãe a deficiência de ferro, designadamente no final da gravidez, acarreta fadiga, diminuição das capacidades físicas, diminuição da resistência às infecções, estados anémicos durante a gravidez ou após o parto. Para o recém-nascido, a carência em ferro poderá determinar diminuição da resistência às infecções e alterações do comportamento.O ferro encontra-se em: ovos, carne, peixe, feijão verde, ameixas.

Fósforo
Leite e queijo, peixe, carne e pão e vários outros alimentos contêm fósforo, pelo que a sua deficiência é rara, mas poderá estar associada à falta de vitamina D.

Zinco
Crescimento e desenvolvimento do feto, pelo seu papel modelador da acção enzimática.
Iodo
Para dar resposta à elevação das necessidades da glândula tiróideia. A sua falta poderá comprometer o desenvolvimento fetal.


O que não comer?
É importante restringir certos alimentos.
O álcool é o primeiro desses alimentos a abster por completo. Os alimentos adoçados artificialmente e com grandes quantidades de cafeína podem ser consumidos com moderação, como por exemplo as colas.
Também deve evitar a carne mal passada, bem como os carpaccios e os sushis, principalmente nos 3 primeiros meses de gestação, se não for imune à toxoplasmose.